Foto – Arquivo Pessoal
Quando nada existia, a jovem freira sentiu-se incomodada com os constantes cortejos de pequenos caixões dos chamados “anjinhos” através das ruas de chão de terra batida e poeira vermelha do Bairro Juca Rosa. As escolas suspendiam as aulas para que as crianças pudessem acompanhar o enterro de mais um desses pequenos inocentes: “os derrotados e arrancados pela fome”.
Antes de contar com a ajuda dos Católicos da Ilha de Malta, que construíram a Creche SOS Vida, Irmã Teresinha percorria as ruas do Juca Rosa pedalando uma bicicleta e levando, no bagageiro improvisado, uma caixa de papelão com materiais para usar em curativos e partos.
Criticar a falta de compromisso do Poder Público com os mais fragilizados pela fome e pelo abandono é um esporte fácil. Mas ao invés disso a Irmã Teresinha Biase, ou somente, Irmã Teresinha da SOS Vida, está interessada no ponto onde a Igreja segue o apelo da Bíblia pelo amor “não em palavras ou línguas, mas em ações e verdade”, como me disse ela uma vez.
Por isso, neste dia 10 de Maio, no Dia das Mães, eu só preciso da imagem e do exemplo dessa mulher. Teresinha de Biase não é mãe de barriga, é mãe de vida. Mãe dedicada, desde sempre escolhida por amor e opção.
Gente como esta mulher é que nos faz acreditar na fraternidade, no amor, na essência da divindade. Seu gesto ao longo de 20 anos vem salvando vidas e reduziu o índice de mortalidade infantil em Eunápolis.
Ave, Teresinha de Biase, os que vão se salvar te saúdam.
Por Rose Marie Galvão