
A crítica à criação do bilionário Fundo Eleitoral para financiamento de campanhas de nossa ilustre classe política esquece que a iniciativa é uma resposta direta à proibição do financiamento privado determinada pelo glorioso Supremo Tribunal Federal (STF), depois de campanha desfechada pelo igualmente glorioso PT.
Como diz um deputado federal baiano que votou a favor do Fundo, apesar de todo o desgaste que a decisão pode lhe acarretar, ante a decisão do STF os políticos tinham duas alternativas: fazer uma campanha sem dinheiro algum, portanto, sem chance de se eleger, o que é impensável para qualquer um deles, ou captar o dinheiro ilegalmente e correr o risco de enfrentar a Justiça e a prisão depois.
“Não tínhamos alternativa. Além de ter sido proibido, o financiamento privado de campanhas foi integralmente desmoralizado por todas as revelações (de lavagem de dinheiro e esquemas de propina entre políticos e empresários) que a Lava Jato vem fazendo”, conclui. Ao cabo e ao final, a conta vai, como sempre, para a sociedade.
O Fundão (fundo público para financiamento de campanha), com valor estimado em R$ 1,7 bilhão para o ano que vem, conta com a defesa da deputada Jandira Feghali, do PCdoB do Rio e Janeiro.
Ela reclamou o que de “hipocrisia” por parte dos colegas que criticam o fundo e afirmou que o fundo é uma questão que vem ao encontro de todos os que defendem o financiamento público de campanhas.
“Apenas dessa forma é possível democratizar o acesso ao Congresso por pessoas que não têm recursos próprios; caso contrário, só chegarão aqui os empresários e os endinheirados”, afirmou.
Jandira também desmentiu o boato de que a fonte do recurso para campanhas venha da saúde e da educação. “O fundo eleitoral público é uma bandeira antiga da esquerda e apenas dessa forma é possível democratizar o acesso ao Congresso por pessoas que não têm recursos próprios.”