
Que o sistema de saúde de Eunápolis não apresenta, até aqui, condições de gerir de forma satisfatória o Hospital Regional é fato facilmente constatado. Inaugurado por ACM, mas iniciado no governo de Roberto Santos, o HGE foi transferido para a gestão municipal através de um acordo do ex-prefeito Paulo Dapé [MDB].
Ou seja, quem trouxe o problema para o nosso quintal foi o ‘homem da saúde’.
Mas, independente dos devaneios administrativos dos nossos prefeitos, o problema é que o poder público municipal é absolutamente incapaz de administrar uma unidade médico-hospitalar que atende (ou deveria atender) pacientes de mais de 10 cidades e ainda os pacientes poli-traumatizados das ocorrências registradas em um raio de mais de 100 quilômetros das BR 101 e BR 367, na área de influência de Eunápolis.
A histórica incompetência de gestão e a ingerência política, que resultam na falta de médicos, medicamentos e no sucateamento da estrutura, atinge principalmente o cidadão mais humilde, aquele que não dispõe de planos de saúde e depende do SUS. “Quem paga o pato” é justamente que não pode pagar a conta de um bom atendimento, e ainda que seja de forma compulsória é obrigado a financiar um sistema que não funciona quando mais se precisa dele.
E são esses cidadãos que estão recebendo um tratamento desumano, ineficiente e que não raro ceifa vidas, que pagam os salários e a estrutura, ainda que precária, daquela unidade. E eu gostaria, imensamente, de estar equivocada.
O que há, sim, é a necessidade urgente de estancar um problema que se agrava a cada dia. Devolvendo a administração do Hospital Geral para o Estado, de onde nunca deveria ter saído, teremos a possibilidade de transformá-lo em uma unidade médico-hospitalar que justifique o seu nome e não num monstrengo que nos momentos de maior movimentação se assemelha a um circo de horrores, com perdão dos profissionais dedicados que ali prestam serviço.