Um grande ponto de interrogação passou a tomar conta do ambiente eleitoral no Brasil. Muitos querem saber exatamente no que se baseia a “Nova Política”, expressão cunhada pela presidenciável Marina Silva, em 2014, portanto já se vão quatro anos, desde que ele tentou batizar sua proposta de governo, caso fosse eleita naquela época.
Na prática, o que se viu foi que a tal “Nova Política” em pouco, ou quase nada, se difere do que vem sendo adotado aqui e ali.
Marina, no afã pela conquista do poder, falava em governar com um arco de alianças que a levaria, invariavelmente, ao velho esquema de conchavos e do toma lá dá cá, tão usual por esses dias.
Na verdade, em 2014, a candidata incorporou a filosofia ao aceitar em sua chapa um vice que recebeu doações de fabricantes de armas e bebidas, articulou a aprovação da lei de soja transgênica e se colocou do lado oposto ao seu no tema das pesquisas com células-tronco.
Para alguém tão ciosa de princípios e crenças, essas concessões soam demasiadamente negativas. Bem como a falta de rigor que ela e sua base de apoio partidário tiveram ao usar na campanha um jatinho que foi comprado, ao que tudo indica, de maneira irregular através de “laranjas”.
O jornalista Reinaldo Azevedo, trata este assunto “nova política” como algo “aborrecível”.
Segundo ele, essa onda de “outsiders” e “nova política” no mais das vezes, não passa de uma cascata levada adiante por caras novas com métodos velhos.
“O caixa dois deu lugar ao financiamento secreto. Está cheio de gente por aí incapaz de revelar os respectivos nomes dos, como é mesmo?, “senhores que os ajudam”. No livro “Gabriela”, de Jorge Amado, os coronéis faziam o mesmo com as moças do Bataclan: tudo por baixo dos panos. É uma profissão antiga.