
Por Rose Marie Galvão – Neste domingo (18/07), um pequeno grupo de empresários, profissionais liberais e aposentados de Eunápolis, para ser mais exata, 32 pessoas, foram as ruas, algumas sem máscaras, para pedir o voto impresso nas eleições brasileiras a partir de 2022.
São as mesmas pessoas que defendem pautas antidemocráticas, como intervenção militar, pena de morte e o AI-5, o Ato mais antidemocrático da ditadura militar que começou em 1964.
Repetem, como um mantra, o que diz o presidente Bolsonaro. Que houve fraudes nas eleições brasileiras de 2018, porém sem apresentar provas. Dentre esses manifestantes eunapolitanos, 2 ou 3 também foram eleitos, no passado, com urnas eletrônicas e jamais se manifestaram para denunciar uma fraude.

Ou seja, essas pessoas jamais contestaram os resultados das urnas e assumiram seus mandatos legitimados pelo voto popular depositado em urnas eletrônicas.
Dito isto, é preciso uma reflexão então: o que há por trás, ao lado e na frente dessas manifestações?
Simples. Discurso antecipado de mau perdedor. Explico:
O voto impresso que esses “miguxos lacradores” (sim, eles estão ai pra lacrar nas redes sociais com suas falácias) tanto pedem, sairia da mesma urna eletrônica que ‘estaria sob suspeita’. Ou seja, quando se frauda o eletrônico, frauda-se, por tabela, também o impresso.
É um paradoxo, portanto, duvidar do voto eletrônico, mas confiar no seu produto impresso.
Segundo, desde que foram adotadas no Brasil, nas eleições de 2002, as urnas eletrônicas demonstraram que são seguras e garantem não só um processo de votação ágil, mas também uma apuração eficiente.
Terceiro, o mais alto tribunal do Brasil já entendeu que a impressão do voto eletrônico era inconstitucional, pois colocaria em risco o sigilo do voto – uma das cláusulas pétreas da Constituição.
Por fim, quem acompanha as pesquisas de opinião, percebe uma queda nas intenções de voto no atual governo, que buscará a reeleição, por isso, já entendeu que só os candidatos que estão inseguros e acham que vão perder é que tentam tumultuar o processo e defendem o voto impresso.
Destarte, o que se pretende, com tal discurso vazio, é construir uma narrativa que possa justificar uma eventual derrota em 2022. Ou seja, é discurso antecipado de mau perdedor.
Aqueles que defendem o voto impresso são os que querem colocar em dúvida a legitimidade para as eleições de 2022 e sedimentar o caminho para a insegurança da democracia.