
Fosse uma mulher dada à leitura, a prefeita de Eunápolis, Cordélia Torres, do DEM, teria lido, pelo menos uma vez na vida, o poema “Excerto “Meditação XVII” de John Donne (1572-1631).
Diz o autor:
“Nenhum homem é uma ilha, inteiramente isolado, todo homem é um pedaço de um continente, uma parte de um todo. Se um torrão de terra for levado pelas águas até o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse o solar de teus amigos ou o teu próprio; a morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntai: Por quem os sinos dobram; eles dobram por vós” John Donne
Poucas pessoas souberam escrever a ideia de humanidade partilhada como Donne o fez nos idos do século XVII.
Evitaria, por exemplo que, durante evento para a anunciar a desobrigação do uso das máscaras em local público de Eunápolis, a prefeita tivesse proferido mais uma das suas pérolas, ou mesmo uma fala infeliz, mais ainda, uma fala cruel.
Sem nenhum sentimento de tristeza a prefeita de Eunápolis anuncia, durante evento, que Eunápolis tem “apenas” 260 mortos pela pandemia. Discurso da gestora chamou atenção pela frieza e insensibilidade às vítimas.
Na sua posição, qualquer pessoa necessita ser mais generosa e empática a fim de compreender que a morte de qualquer pessoa nos diminui, porque somos os nossos amigos, os nossos parentes. Não importa quantos morreram. Um que fosse. Somos o gênero humano, exaltado pela vida e diminuído apenas pela morte.