Dois meses sem Robério e a pergunta é: Cadê os vereadores de Eunápolis que estavam aqui?

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Jorge Maécio (PP) líder do governo, cumprimenta o prefeito Robério – Imagem meramente ilustrativa – Foto: Arquivo

Neste domingo, 7 de janeiro, dia em que a Operação Fraternos afastou três prefeitos das prefeituras de Eunápolis, Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, uma postagem da página de humor #Partiu Eunápolis, viralizou na internet entre usuários da região.

A notícia fake, já que a página avisa que não tem compromisso com a realidade, dá conta de que “o dono de buteco na Avenida Paulo Souto, antiga Norte Sul, promete servir cerveja de graça aos clientes, até a 0h, caso o prefeito afastado, Robério Oliveira, seja preso”.

A piada não é nova. Em 2016 o empresário Oscar Maroni, dono da casa noturna Bahamas, divulgou em seu Facebook texto contra o ex-presidente Lula e o governo Dilma onde prometia servir cerveja de graça até a 0h em sua boate caso o ex-presidente seja preso. “Quero comemorar com uma grande festa”, disse ele. A publicação bombou na internet.

Oscar Maroni – Reprodução/Instagram

Brincadeiras à parte, a pergunta que não quer calar é a seguinte: além da revolta dos moradores dessas três cidades, que votaram enganados nos três suspeitos do esquema que fraudou o erário em cerca de R$ 200 milhões, é bom lembrar que o povo também elegeu e paga regiamente aos vereadores para fiscalizarem os gastos dos prefeitos. São 17 a cada legislatura.

A Polícia Federal alega que o esquema funcionava desde 2009. Ora, onde estavam esses vereadores de Eunápolis que não cumpriram seu papel, salvo honrosas exceções, cujas vozes de protestos  foram ocultadas?

Além dos vereadores existem os procuradores gerais dos municípios. Toda essa gente ganha para fiscalizar, mas é preciso chegar até a Polícia Federal, à Controladoria Geral da República, ao Ministério Público Federal.

É que os vários níveis, até Brasília, devem estar podres. À exceção, diga-se de passagem, de alguns vereadores, do Ministério Público Estadual da Bahia, que desde 2007 vem denunciando os desmandos na Prefeitura de Eunápolis, e também do Tribunal de Contas dos Municípios que, ano após ano, optou pela rejeição das contas de Robério.

Curiosamente, Robério teve as contas do seu primeiro ano de gestão em Eunápolis, em 2006, rejeitadas pelo hoje senador Otto Alencar, presidente estadual do PSD e, à época, relator do processo no TCM. Mesmo assim, em entrevista ao site Bahia Notícias, de Salvador, em novembro passado, o senador disse que Robério é bom gestor e saiu pela tangente, afirmando que o partido vai aguardar a apuração da denúncia para tomar uma decisão.

Faça-me uma garapa. Nãoooo!!!. Uma caipirinha com muita vodka para eu ficar tonta a ponto de não concluir, sozinha, que, ou são todos totalmente “ingênuos” ou são cúmplices, com raríssimas exceções. Omissos, na melhor das hipóteses.

Pra concluir, creio, sinceramente, que está mais do que na hora de apresentar uma proposta popular de lei para caracterizar crime de corrupção como crime de lesa pátria, com pena mínima de 30 anos, sem progressão ou condicional.

O espaço está aberto para manifestação.

 

 

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