Luizinho da Policlínica rompe o silêncio; ensina como não ser um bom vereador e o público oferece às costas

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Vereador Luizinho da Policlínica admite que o pais tem corrupção, mas acredita “que solução é o assistencialismo” – Foto: Urbino Brito

Após um ano e dois meses de mandato, o vereador Luizinho da Policlínica rompe o silêncio e usa o plenário da Câmara de Vereadores de Eunápolis, pela segunda vez, para um monólogo em dois atos onde se propõe a “ensinar a população como não ser um bom vereador”.

Lamentável.

Luizinho da Policlínica, honorável integrante da bancada do silêncio na Câmara de Eunápolis, usou a tribuna, durante a sessão ordinária desta quinta-feira, 1º de março, para admitir que “o Brasil amarga o 96º lugar na lista dos países mais corruptos do mundo em 2017 e que o remédio para este mal não é a política partidária, mas sim o assistencialismo”.

A fórmula não ficou muito clara, mas deve ser algo do tipo: você se elege, emprega a sua família na Prefeitura; não fiscaliza o Executivo, pra não perder a “boquinha”; e de vez em quando entrega uma cesta básica a uma família humilde, para que ela permaneça dependente durante quatro anos a fim de fidelizar o voto que vai garantir a sua reeleição.

Que bonito.

Mas antes de continuar com o Luizinho e seu discurso bem “inho” mesmo, é bom que se diga: a atribuição do vereador é legislar e fiscalizar o executivo e, para isso, a Câmara tem o apoio gratuito do Tribunal de Contas dos Municípios. Fiscalizando o Executivo, o vereador já estará atendendo à coletividade.

Não sei se por ignorância ou má fé, o vereador disse com todas as palavras que “o combate à corrupção no Brasil dar-se-á [caprichei na mesóclise] por meio do assistencialismo”.

Ele encerrou admitindo que política brasileira “não está tão boa e que precisa de reforma urgente”, mas certamente não vai ser ele, com esse comportamento, a modificar o cenário.

E porque não?

Ora, a partir do momento em que o vereador pratica o assistencialismo ele está invadindo as atribuições do Executivo e foge das funções constitucionais para as quais foi eleito. Até porque as politicas de assistencialismo estão vinculadas às políticas de governo que é onde estão alocados os recursos das três esferas governamentais: município, estado e união.

Segundo, o tempo que o vereador gasta para fazer assistencialismo ele desperdiça para fiscalizar a administração pública e legislar em favor da coletividade.

Povo está de costas para o vereador Luizinho da Policlínica – Foto: Urbino Brito.

O vereador sabe de tudo isso, e sabe que o povo também sabe, mas prefere ir à tribuna fazer uma encenação, como eu disse, em dois atos:

O primeiro ato é a própria fala equivocada do vereador, tentando passar atestado de burrice ao público. Em outras palavras, ele afirmou que não vai votar a favor da investigação do prefeito afastado, Robério Oliveira (PSD), porque sua “função” [#SQN] é fazer assistencialismo.

O segundo ato ocorre quando o público dá as costas para o vereador Luizinho da Policlínica e encerra a sessão do dia 1º de março com uma palavra de ordem que é um aviso para todos:

“A massa que aqui está presente é um povo consciente”.

Saravá.

 

 

 

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