
POR ÓPERA MUNDI – A ONG Global Witness apontou, em relatório divulgado nesta terça-feira (30/07), que 164 ativistas ambientais foram assassinados em 19 países no ano de 2018. O ranking das nações é liderado pelas Filipinas, que teve 30 defensores ambientais mortos no ano passado, seguido por Colômbia, com 24, Índia (23) e Brasil (20).
Segundo o documento, 43 mortes foram de ativistas que lutavam contra o setor de mineração e extração ilegais, sendo que 21 militavam na área da agricultura e 17 em movimentos e atingidos por barragens.
“É um fenômeno que pode ser visto em todas as partes do mundo. Os defensores do meio ambiente e da terra, dos quais um número significativo são representantes dos povos indígenas, são considerados terroristas, criminosos ou delinquentes por defenderem seus direitos”, diz Victoria Tauli-Corpuz, relatora especial sobre os direitos dos povos indígenas da ONU, em texto assinado no informe.
Para a especialista, “os assassinatos documentados pela Global Witness geralmente ocorrem em meio a ameaças e violências cometidas contra comunidades inteiras”.
Entre os 19 países onde houve assassinatos de ativistas ambientais, Guatemala apresentou o maior salto em relação ao ano de 2017, passando de 12 para 16 mortes.
De acordo com o relatório, mais da metade dos assassinatos ocorreram em países da América Latina, considerada pela ONG como o continente mais afetado por mortes de defensores do meio ambiente.
“Essa violência é um crise humanitária, mas é também uma ameaça a todos que dependem de um clima estável. Proteger defensores de terras indígenas não é apenas um imperativo dos direitos humanos, mas também uma solução urgente à crise climática”, conclui Tauli-Corpus.