Membros da comunidade Surda vão a Câmara discutir inclusão no mercado de trabalho

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Membros da Comunidade Surda de Eunápolis estiveram na Câmara Municipal de Eunápolis nesta quinta-feira, 25 de agosto, assistindo a sessão ordinária que, dentre outros assuntos, ainda tratou da preparação da programação das atividades para comemorar, em 26 de setembro, o Dia Nacional do Surdo que marca uma luta histórica por direitos e inclusão.

A participação efetiva do grupo na plenária só foi possível por meio da tradução da intérprete Luine Hora, servidora da Casa, contratada para atender a um projeto de inclusão criado na Casa de Leis de Eunápolis o ano passado. Trata-se de um projeto de inclusão de iniciativa do vereador Renato Bromochenkel, que, de imediato, recebeu a adesão dos demais parlamentares.

O vereador Jorge Maécio (Progressitas) ausentou-se da presidência, para usar a tribuna onde reivindicou a necessidade urgente de inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho. Ao lembrar que Eunápolis tem mais de 200 pessoas Surdas ou com deficiência auditiva, o parlamentar lamentou que ainda sejam poucas as ações de natureza inclusiva voltadas para pessoas Surdas.

“O ponto mais relevantes é o do atendimento ao sistema judiciário a fim de garantir a observação da lei de cotas. A despeito de já existir uma lei de cotas para os deficientes auditivos e para os membros da comunidade Surda, que conhecem a Língua de Libras, essas pessoas estão perdendo seus benefícios juntos ao INSS”. Segundo Jorge Maécio, é preciso fazer as empresas, especialmente as grandes empresas, cumprirem as determinações na justiça.

Disse ainda que a comunidade Surda ou deficiente auditiva (DA) vivencia diariamente barreiras comunicacionais para acessar todo tipo de serviços e atividades que envolvem a interação com pessoas ouvintes.

“É preciso entender que acessibilidade linguística tem que ter atendimento na área de saúde, no Hospital Público, com acessibilidade linguística; atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde com acessibilidade linguística; atendimento na Secretaria de Assistência Social, principalmente, com acessibilidade linguística; além do atendimento nas escolas da rede municipal também com acessibilidade linguística; bem como cinema, com filmes legendados para que todos possam participar deste tipo de lazer”. Salientou.

Jorge Maécio conclamou as grandes empresas de Eunápolis participarem de um programa de acessibilidade de acordo com as leis federais que já existem. Disse ainda que vai propor aos demais vereadores que se reúnam com a Comunidade Surda a fim de encaminhar ao Executivo um projeto de lei no sentido de obrigar as empresas a cumprirem a lei no que tange à inclusão de pessoas Surdas. Em aparte, o vereador Renato Bromochenkel, do Avante, prestou solidariedade à comunidade Surda de Eunápolis e aderiu ao chamamento do presidente da Casa.

“Uma das maiores dificuldades dos surdos na sociedade é com relação às oportunidades no mercado de trabalho. Nos últimos anos, ainda que a Lei de Cotas para Deficientes tenha proporcionado excelentes resultados em todo Brasil quanto à empregabilidade dos surdos, esse cenário precisa melhorar principalmente em relação ao nosso município”. Reforçou Renato.

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