A política do Parentismo S.A.

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Ilustração

A disposição do presidente Jair Bolsonaro indicar o filho dele, deputado Flávio Bolsonaro, para ser Embaixador do Brasil nos Estados Unidos chama a atenção para a composição do Parlamento Brasileiro. A maior bancada da Câmara Federal em Brasília é composta pelos “políticos de carreira” (260 políticos profissionais, que assumem a política como profissão).

A segunda maior bancada (82 integrantes) é a do Parentismo S. A. (filhotismo, familismo etc.).

Esse é um fenômeno mundial, mas aqui tudo funciona de forma diferente. Em países como os EUA é o mérito de cada um que prepondera. Aqui é a indicação, a imposição, a escolha pessoal dos chefes dos partidos “é o famoso dedazo”, como disse O Globo [9/10/2014].

Os caciques manobram tudo dentro dos partidos, inclusive as gordas receitas que os financiadores das campanhas proporcionam. Não se estimula a troca dos antigos políticos por novas lideranças. São partidos viciados, que lutam somente pelo poder. Boa parcela dos brasileiros está exausta de tudo isso. A questão é como converter essa insatisfação em medidas concretas.

O desenvolvimento dos países depende de instituições fortes e organizadas (instituições políticas, econômicas, jurídicas e sociais). O Brasil se transformou numa sociedade extremamente complexa (com mais de 200 milhões de pessoas), com instituições fracas e desorganizadas (destacando-se o baixo nível de império da lei).

A cada eleição renovam-se as esperanças de mudanças, mas tudo continua igual.

Precisamente quando as forças sociais e econômicas se tornam variadíssimas e antagônicas é que as instituições deveriam se fortalecer.

Historicamente as instituições se fortalecem na medida em que os desacordos ideológicos, econômicos e sociais se incrementam. No Brasil invertebrado as coisas se passam de forma diferente. Estamos vendo muita desintegração e instituições mergulhadas na corrupção, na apatia, no mandonismo, no filhotismo, no familismo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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